A Universidade Moderna (UM) negou hoje a existência de uma crise na instituição, alegando que os professores estão a cumprir "com qualidade" o plano curricular das licenciaturas e que não existe nenhum movimento significativo de transferências de alunos.
Numa comunicação sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, o vice-reitor Fernando Cardoso afirmou que "as notícias veiculadas sobre a Universidade Moderna de Lisboa por parte de alguns órgãos de comunicação social, ontem, são falsas".
No entanto, não foi feita qualquer referência à existência de ordenados em atraso desde 2003, uma situação denunciada à Lusa pelo professor Carlos Roda, que intentou um processo por despedimento ilegal que afirma ter sido deferido pelo Tribunal do Trabalho de Cascais mas não cumprido pela instituição.
O vice-reitor rejeitou ser confrontado com a existência de uma alegada dívida de 326 mil euros a um ex-advogado e ex-professor da instituição.
De acordo com Fernando Cardoso, as duas reuniões que decorreram ontem com alunos e professores "não tiveram carácter de urgência" e serviram apenas para abordar "as perspectivas da universidade".
Os professores "estão a cumprir o plano curricular das licenciaturas", afirmou, adiantando que apenas um docente "decidiu desvincular a sua actividade da universidade", estando já a decorrer o seu processo de substituição. Fernando Cardoso não especificou qual o docente em causa nem os motivos pelos quais se desvinculou.
Relativamente aos alunos, o vice-reitor afirmou que no ano passado 22 alunos pediram certificados, o que disse "não implicar transferências efectivas". Já este ano apenas foram pedidos 15 certificados e no primeiro ano de licenciaturas o número total de alunos triplicou em relação ao anterior.
Apesar disso, o vice-reitor não esclareceu quantos pedidos de transferência foram efectivamente concretizados pelos estudantes. Na mesma declaração, o responsável acrescentou que a instituição está "devidamente equipada" a nível de material informático, dispondo de um computador por cada oito alunos.
Quanto às infra-estruturas da universidade, Fernando Cardoso disse que estão a ser alvo de obras de manutenção, não existindo "qualquer situação de degradação que impeça o normal funcionamento" da instituição.
O responsável adiantou ainda que o Instituto de Ensino e Investigação em Audiovisuais e Tecnologias da Comunicação, cujo serviço estaria inexplicavelmente fechado, segundo fontes ligadas à universidade ouvidas pela Lusa, é "uma entidade autónoma" e não parte integrante da estrutura da Moderna, "pelo que a respectiva gestão é da inteira responsabilidade da sua administração". Fernando Cardoso deixou por esclarecer quem é efectivamente o responsável pelo IAT.
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