Tou farto de blogs. Toda a gente tem um blog e quando vou ver a maior parte deles não tem conteúdo nenhum, serve para meia dúzia de tipos com a mania que sabem escrever colocarem umas ideias que julgam de sobremaneira inteligentes. Mais de metade deles falam do PPD /PSD, outros de historias de nada epa é demais. Tirando este blog mais nenhum serve os interesses da coltura deste Pais.
Para dizer a verdade acho que o volume de blogs sem conteúdo reflecte o vácuo cerebral deste pais. Epa comecem a escrever bem e sobre assuntos com interesse, por exemplo do Advogado que foi apanhado com anfetaminas à entrada da prisão, sobre o aumento do preço dos alimentos, do aumento do gasóleo , acerca do aquecimento global, da crise financeira mundial, da falência da Moderna, da crise do Tibete, da emergência da China como potencia mundial, esqueçam o PSD e outras coisas que tais que para isso há a Televisão para nos encher os ouvidos.
Cumprimentos
Já lá vão uns dias e continuo sem perceber para que serve um blog, neste caso perda de tempo, mas vendo um ou outro blog acho que quem os faz, fá-los porque quer gritar.
Gritar ao mundo a alma, o ser, o ódio , o amor ou só a simples estupidez de cada um, comunicar é uma necessidade básica , mas como tudo nem todos são dotados do tal do talento.
Como jornalistas outros querem informar, coscuvilhar , maldizer e difamar e fazem-no por vezes de ouvido ou pela impressão de qualquer coisa.
Mas sem duvida outros procuram angustias existenciais, debates de ideologias, partilhar duvidas filosóficas , querendo a cada post divulgar ou apenas lançar achas para a fogueira de uma qualquer discussão .
Mas, num mar de blogs, paginas pessoais, sites e variado lixo virtual, perde-se o valor humano de um desabafo ou de uma calunia cara a cara, de uma discussão que acaba aos... gritos e à estalada.
Conhece-se a opinião ou dislate, desconhece-se a dimensão humana de quem o fez, porque o fez qual o alcance da obra, desconhece-se a pessoa, qual o som da sua voz, ou se diria o que escreve. O anonimato cresce superando a indiferença das cidades onde os nossos gritos não são ouvidos. Aqui alguém decerto os ouvira mas a resposta não existe ou não é a que se espera, sobretudo a indiferença.
Quantos de vós já se desviaram de uma mão estendida na rua, quantos fugiram com o olhar, quem diz bom dia em todos os sítios onde entra, e quantos são os que respondem.
Nesta cidade, em qualquer uma somos estranhos para o vizinho, e os amigos são de longe, quando tudo fica tão perto, e nem a estes conseguimos muitas vezes contar o que nos vai na alma, desconfiamos de tudo e todos ate da própria sombra, desconfiam de nós como se culpados fossemos de tudo o que vai mal, e esquecemo-nos que todos precisamos de todos que todos somos precisos para construir este mundo.
Mas preocupamo-nos mais com a aparência do que com o conteúdo, com a forma do que o efeito, com o parecer do que o ser.
Poucos são os que dão sem pedir algo em troca, o Natal para os miúdos é quando recebem prendas, o egoísmo é um valor do nosso tempo.
Quem se preocupa realmente com este mundo virtual não será um excluído ter-se-á excluído do contacto humano. Dizia-se "não vá , telefone", hoje diz-se "não diga em publico, escreva num blog".
A distancia que nos separa é cada vez maior, e cada vez mais nos afastamos do que é mais puro e natural.
A net é só um meio de nos afastarmos e todos parecermos felizes.
Será ?
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