Luanda, 07 Mai (Lusa) - O músico e activista irlandês Bob Geldof desconhece a realidade de Angola e insultou os angolanos, considerou hoje em Luanda o secretário para a Informação do MPLA, Norberto dos Santos "Kwata Kanaua".
"Não perdemos tempo com artistas deste nível", disse Norberto dos Santos "Kwata Kanaua", justificando a sua posição com o facto de Bob Geldof "desconhecer a realidade de Angola", quando afirma que na Baía de Luanda existem casas milionárias.
O secretário para a Informação do MPLA, apesar de desvalorizar as afirmações de Geldof, que disse na terça-feira em Lisboa que Angola "é gerida por criminosos", considerou as afirmações do músico irlandês "insultuosas".
"Consideramos um grande insulto para os angolanos", salientou Kwata Kanaua.
Por sua vez, o presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Cabango, convidou o músico a visitar o país para constatar "in loco" a realidade do país.
"Acho que foi muito forte a sua acusação", disse Ngola Cabango, que acredita que um convite das autoridades angolanas ao músico para visitar Angola é a melhor solução para Bob Geldof analisar o país, que "com as suas afirmações provou que não conhece Angola", adiantou Kabango à Lusa.
"É desnecessária a polémica que está a ser criada à volta disso, porque serve apenas para publicitar um músico", disse Ngola Cabango, referindo-se ao comunicado da Embaixada de Angola em Lisboa e a um artigo de opinião publicado hoje pelo diário estatal Jornal de Angola.
O presidente da Frente para a Democracia (FpD), Luís Nascimento, disse também à Lusa não concordar com "o tom como foi proferida a acusação", mas pactua com o sentido da afirmação do cantor quanto à política de desenvolvimento feita pelo Governo angolano.
"Há algum tempo que a FpD vem alertando para a grande situação de desigualdade que se vive em Angola. Por isso acreditamos que a política de desenvolvimento levada a cabo pelo Governo constitui um crime", disse Luís Nascimento.
Segundo Luís Nascimento, "é indiscutível" que Angola se encontra entre os países mais desiguais do mundo, onde uma minoria "vive em opulência" e a maioria em "extrema pobreza".
"Não há dúvidas que a política do Governo, pelos efeitos que acarreta, é criminosa", salientou.
A Lusa tentou ainda obter um comentário junto da UNITA, o segundo maior partido com representação parlamentar, mas tal não foi ainda possível.
NME/RB.
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